sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Resumindo..

Como todas as manhãs acordei com a vontade de ter dormido mais. Fui para o banho e em seguida, ao pãozinho com café de sempre. Na cozinha, o curioso. Minha mãe surpreendeu a todos com o rádio ligado. Mas logo de manhã? - pensei. Em minutos fui entender que Deus não tem hora, nem lugar para tocar nosso coração e nos fazer seres melhores.
A música resumia o que se passava no coração já cansado das dores que me cercam. Na melodia e na voz calma que se ouvia, Deus gritava ordens mansas para o consolo que eu precisava. A letra decidi postar e compartilhar o que Ele quer de mim daqui para frente, em resumo.

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"Deixa partir
O que não te pertence mais
Deixa seguir o que não poderá voltar
Abra a porta do quarto e a janela
Que o possível da vida te espera
Vem depressa que a vida precisa continuar
O que foi já não serve é passado
E o futuro ainda está do outro lado
E o presente é o presente que o tempo quer te entregar

Fala pra mim
Se achares que posso ouvir
Chora ao teu Deus se não podes compreender
Rasga este véu do calvário que te envolveu
Tão sublime segredo se esconde
Nesta dor que escurece o horizonte
Que por hora impedem os teus olhos de contemplarem
O eterno presente do tempo
O ausente o presente em segredo
Na sagrada saudade que deixa continuar

Não queiras ter o que ainda não pode ser
É possível crescer nesta hora
Mesmo quando o que amamos foi embora
Com o tempo esta dor se aquieta
Se transforma em silencio que espera
Pelos braços da vida um dia reencontrar".

Trecho de Perdas necessárias - Padre Fábio de Melo

terça-feira, 13 de outubro de 2009

E prosseguir em Te conhecer

Só então entendi o que Deus tem pra mim. Neste tempo que me coloquei à serviço Dele nas Aldeias de Vida, eu não esperava que iria me apaixonar de tal modo que não pudesse mais seguir em frente sem fazer parte deste mundo.
Há 13 meses permaneço ao lado da família que Deus me permitiu escolher. Os tesouros que conquistei e que me têm dado força para nunca desistir do amor que brota em mim e que pode ser usado para o bem, para o próximo. Só aqui descobri que o caminho que me faz prosseguir é duro e difícil de ser trilhado. Nos Pequenos Gestos tudo começou com a alegria necessária para que o amor nascesse em meio ao meu coração ainda tímido e inseguro. Os amigos verdadeiros, as lições de vida, testemunhos, encenações, acolhidas, partilhas, as músicas que tocam o coração e a alma. Aí decidi prosseguir.
Sobre esta família, que como qualquer outra possui inúmeros defeitos e imperfeições que fazem o coração de Deus sangrar, o amor e a necessidade de estar perto se fazem maiores. Definição que pude constatar após enfrentar as nuvens escuras que resolveram pairar sobre a minha vida, mas que têm me ensinado a crescer. Neste tempo Jesus me mostrou várias coisas a serem corrigidas, me ajuda a caminhar e nos momentos de fraqueza, me carrega em seus braços.
A decisão de prosseguir me fez descobrir meu valor, minha capacidade de amadurecer na fé e nas escolhas de tudo que é essencial e o que é apêgo, passageiro. Descobri a importância de um abraço, de ouvir alguém, de estar do lado, de simplesmente presentiar uma pessoa com um olhar de amor. Características que me mantém de pé, ainda que o coração esteja despedaçado e fraco, experiências que me fazem ser melhor a cada dia. Aqui permaneço por opção, amor e vocação.
Preciosos são os momentos que aqui vivi e que Deus me permitir ainda viver. Enquanto eu respirar o ar da Paz verdadeira, sem medidas, continuarei por amar e viver para o que de fato vale à pena.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Questão

"Por que que existem as canções que ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer também já tem sempre ao teu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar? (A perguntar)"

Gospel, de Raul Seixas

Um dia um amigo me mandou este trecho da música censurada do lendário Raul Seixas. Por que a censura? Seria mais um questionamento. Infelizmente não tenho esse direito. A questão existe para que pobres mortais, como eu, aceitem e tolerem.
A história é que na época que fui apresentada a este trecho (talvez dois meses atrás), não fazia ideia que estes questionamentos pudessem estar tão presentes em minha mente quanto nos dias de hoje, em que me vejo sem resposta à muitas perguntas.
A verdade é que eu ainda não aprendi a conviver com a realidade dos últimos tempos. Por quê? Fica a dúvida.
E eu bem sei que o tempo gasto a questionar poderia ser preenchido com outras ocupações que me fariam bem, e até impulsionariam novas emoções. O fato de ser feliz me tem dado muito trabalho ultimamente. Por que?
Aceite e sobreviverás. Morrer não vou. Sofrer é enfrentar as consequências ainda que demorem a passar. Enquanto isso as inspirações virão aos poucos e os "porques" serão levados para longe, no momento em que a solidão ceder lugar a esperança e eu, enfim, não perder mais tempo a perguntar.