quarta-feira, 29 de julho de 2009

Frutos verdadeiros

O breve texto abaixo foi extraído de um portal católico, que tomei conhecimento ao receber por e-mail de um amigo. Achei linda a mensagem, principalmente o trecho abaixo, o qual divido com todos os amigos frequentadores deste blog, e a uma pessoa em especial.

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"A amizade pode ser comparada a uma grande árvore, fixada em um solo fértil, cheio de amor, carinho, compreensão, fraternidade, respeito e verdade. Por que uma árvore? Simplesmente porque ela pode ser comparada a uma grande semeadora de vidas, principalmente, pelo fato de estar fixa, imóvel. A vida nos reserva vários caminhos, os quais podem ser marcados por várias árvores (amigos), nas quais podemos encontrar uma palavra de carinho, o conforto e, às vezes, até mesmo o silêncio. Seus ramos lembram os vários caminhos que a vida oferece, caminhos esses que se entrelaçam com outros criando um gigantesco pomar. Amigos são frutos verdadeiros que mesmo depois de colhidos precisam ser preservados para que suas sementes gerem outras árvores que um dia farão parte desta teia de ramos. Ter um amigo verdadeiro é ter a certeza de que temos um local para retornar e começar a caminhar novamente."

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Fã número 1

"Goooool!!!" Ouvi do banheiro o grito estridente de meu pai. Era noite de quarta-feira, e claro, ele estava assistindo ao rotineiro jogo de futebol, mais precisamente a 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, Internacional e São Paulo no estádio do Beira Rio. Somente um porém separava o jogo na TV e o grito de meu pai. Ele comemorava o gol do Santos, no combate entre Santos e Atlético - PR aos 27 minutos do segundo tempo. Ficou sabendo do gol, durante a partida que acompava, acredito eu, e explodiu de emoção.

Durante o tempo em que ele comemorava, saí do banheiro e fiquei o observando. Ele sempre vibrou, chorou, sofreu, chingou, esbravejou e sorriu diante das longas partidas de futebol que acompanhou durante seus quase 57 anos de vida. Lembrei-me de minha infância, em que eu sentava para assistir aos jogos com ele. No início, a paixão da adolescência não era entender os esquemas táticos, ou a marcação do árbitro, mas ver meus jogadores preferidos entrando em campo. A paixão pelo futebol veio depois.

Quando os jogadores que me encantavam seguiram suas vidas europa à fora, segui meu caminho ao lado do meu pai. Acompanhava aos jogos de quarta-feira sempre ao lado dele, e por uma coincidência do destino, ele me incentivou a me apaixonar pelo glorioso alvinegro praiano, Santos Futebol Clube. Tornei-me fã de cada jogada, cada lance, cada jogo comentado, de forma ímpar, pelo meu pai. Ele tinha uma paixão muito grande por aquele time, que eu compreendi sofrendo ao lado dele por cada gol, ou título perdido. Eu realmente gostava daquilo, e via que ele também sorria quando sentia a paixão brotando em mim.

Minha admiração cresceu ainda mais, quando ao lado dele, acompanhei, à risca, duas copas do mundo, de 2002 e 2006. Eram camisetas, tabelas, bandeiras, asfalto colorido de verde e amarelo, e a maior expectativa do mundo em dia de jogo do Brasil. Me lembro do meu pai me acordando de madrugada para não perder o jogo do Brasil, na Copa do Japão. Eu adorava. Ia com cobertor e travesseiro para a sala, muitas vezes acabava dormindo, e no fim meu pai me levava pra cama, para eu me perder no meu sono outra vez.

As lembranças do meu pai foram muitas, as melhores. Ele sempre foi um homem muito ocupado. Sempre trabalhou longe, acordou cedo, dormiu tarde. Seu exemplo de quietude sempre me chamou atenção. Fico orgulhosa quando as pessoas dizem que pareço com ele. Diante de todos os ensinamentos futebolísticos que me passou, o que aprendi foi com o tempo. O tempo que passávamos juntos, foi precioso pra mim. Depois do grito de Gol exclamado por ele, a memória resgatou esses momentos doces em que eram só ele e eu. Sobre todas as formas de amor paterno, percebi que maior que todas as admirações que tinha pelo que ele me ensinava, a dedicação maior era pra ele, por tudo que representava pra mim e representa. Por ter sido pai em todos os momentos, sou fã e sempre vou me lembrar do que me ensinou com o maior carinho que possa existir.


"Existe algo ilimitado no amor de um pai, algo que não pode falhar, algo no qual acreditar, mesmo que seja contra o mundo inteiro. Nos dias da nossa infância, gostamos de pensar que nosso pai tudo pode; mais tarde, acreditaremos que seu amor pode compreender tudo."

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Das certezas que tive

Sobre o cansaço natural de um dia de trabalho, paro para ler bons textos em blogs amigos. A distração momentânea não apaga o sono e nem ao menos permite que o desejo de abandonar tudo se mantenha à quilômetros de distância. Depois de segundos de paz na quietude do dia, as incertezas retomam seu trabalho árduo em destruir minha tranquilidade.

A partir dai sou fraca novamente. Toda a calma adquirida com meu total esforço desaparece como o vento. Vejo-me fraca, sozinha. Sentimento ruim ao coração e penoso à mente. Ultimamente as incertezas estão constantemente presentes no meu dia-a-dia. Reflito e lembro-me das minhas dores de criança, do tempo em que a única preocupação era com a prova de matemática, o quarto que não arrumei e os gritos da minha mãe.

Tudo o que sei de minhas certezas não é capaz de resolvê-las. O trabalho, os meses que ficam pra trás como as horas do dia, os estudos. A sensação de que tudo passa, às vezes me assusta, como a falta de certezas que tenho e as que sempre tive.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Entre as flores

Das muitas flores que encontrei em meu jardim de amizades, ontem me encantei com uma em especial. Delicada, aqueceu meu coração ainda mais com seu gesto simples. Fiquei surpresa. Era a primeira vez que eu ganhara um presente no Dia do Amigo. Não sabia como agradecer tamanha demonstração de afeto, apenas agradeci.

O gesto simples me fez voltar a ser criança e pensar no quão precioso é o carinho de um amigo. Entre as flores, ela fez-se notar sem estar, apenas por ser. Seu amor sincero e único brotou em meu coração desde os tempos em que juntas nos víamos nos primeiros abraços e apertos de mão. A amizade veio a nós como o conforto que precisávamos.

Aproveitei do momento "amizade" que vivi ontem, e refleti sobre os valores que agreguei durante a vida. Experiências recentes me levaram a vazios que não esperava sentir, mas foram consequências doloridas de meu humano. Aprendi com meu possível erro, e da forma mais cruel ao meu coração, acho que perdi uma grande amizade.

À mais nova flor de meu jardim, dedico toda minha profunda gratidão e carinho. Pelos sonhos que buscamos juntas, ideais da profissão, família, Amor. Humm, ao amor dedico minhas preces. Para a linda flor que Deus colocou em meu caminho, agradeço pela fidelidade, pelo Pequeno Gesto de ontem que me encantou e fez-me melhor. Obrigada!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A hora certa

Cresci ouvindo a mesma idéia da menina compreensiva que era. Aquela que podia aceitar tudo quanto fosse e acreditar no momento exato do bem, ou do mal, em sua vida. Na realidade, nunca entendi qual seria a hora certa. Nunca quis esperá-la, compreendê-la, aceitá-la. Buscava apenas uma aceitação pacífica para o que me era proposto.

Vieram momentos, pessoas, situações, histórias. Tudo em sua hora? Vai saber. A hora certa às vezes me encomoda. É uma censura para as palavras prontas e mentes fervilhando de idéias consequentes de algum instante. E no fim, o que era para ser dito, acaba no simples esquecimento, e a vida segue morna, corriqueira.

Minha vida foi assim. Vivi de aceitações constantes o tempo todo. Quando pensava em questionar, lembrava-me da hora, do momento que não se fazia oportuno para aquele tipo de expressão. Tudo precisava ser censurado, comedido e parecer estar bem quisto. O interior esbravejava verdades sempre contidas, na maioria das vezes nunca ditas, esquecidas com o passar do tempo na memória que aguardou o tempo certo.

Durante muito tempo, observei pessoas próximas que não queriam agir assim. Lutavam por seus ideais como verdadeiros guerreiros. A realidade é que nada alcançavam, porque não sabiam esperar. Esperar para dizer a coisa certa, estar atento ao coração mais do que à razão. Com o tempo compreendi o gesto.
O amadurecimento trouxe-me respostas, não soluções. Aprendi a importância da hora certa em minha realidade. O ato de entendê-la vai muito além de praticá-la, como a fé. Hoje tenho mais fé, mais compreensão. Entendo que é necessário, mas ainda protesto em certas ocasiões em que mais uma vez sou surpreendida por meu silêncio. Volto a ser a menina de antes e exercer a grandeza de esperar para que tudo aconteça na hora certa.

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"Só entende o valor do silêncio, quem tem necessidade de calar para não ferir alguém"