segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Começo, meio e fim.

Sem vontade de escrever olhava para as mãos sem pressa de deslizar os dedos sobre o teclado velho do trabalho. Parava a cada minuto sem inspiração e analisava as unhas que fizera. Perdeu certo tempo refletindo sobre o que escreveria e apagando as muitas linhas que não a deixavam satisfeita. Tinha a eterna mania de querer que tudo estivesse correto. Queria corrigir tudo, inclusive a vida. No decorrer dos pensamentos que se transformavam em palavras de maneira veloz e despercebida, a vida corria para rumos desconhecidos em que não se acostumara.
Inquieta ainda parava para observar a sala grande e arejada do trabalho sobre o olhar atento dos colegas entretidos no que faziam. Às vezes se contentava em alguma conversa com um deles ou abria um largo sorriso quando algo lhe parecia engraçado. Por dentro não desejava aquilo. Naquele ambiente que circulavam muitas pessoas às vezes se sentia sozinha. Ninguém ali a podia compreender em sua essência. Tudo parecia superficial e a encomodava por completo.
Sentia falta dos amigos. Em alguns momentos via-se pensando no final de semana repleto de alegrias que teve a oportunidade de viver. Celebrou a união de dois seres que amava, recebeu o sorriso que esperou durante 15 meses, respirou aliviada, dançou intensamente, fez piada, riu da vida, ganhou uma rosa e dormiu por cansaço. Procurava não pensar nas tristezas que teve nesse meio termo. Não queria escrever sobre elas e sim guardá-las junto aos outros momentos no baú que prometeu à quem foi razão de tudo.
Esperava ser surpreendida e não se via errada ao pensar que tinha o direito de sê-lo. Anciosa olhava para os sapatos limpos e para o papel e a caneta abandonados sobre a mesa. Por alguns instantes perdia o olhar sobre aquilo que parecia tão passageiro e injusto. Buscava receber ligações de quem a fazia sorrir e tinha vontade de gritar por ser impedida de viver o que planejara para a noite de segunda-feira. Necessitava correr, sumir, viver.
Parecia que nada estava tão bom quanto ela realmente gostaria, mas se conformava com o que tinha. Buscava não questionar e lutar sempre por razões que poderiam superar as dores. Naquela manhã bocejara muitas vezes em razão do sono que trocara pela conversa até de madrugada com o primo-irmão. Juntava os dedos para refletir melhor sobre as palavras que escolhia com cuidado para expressar livremente. Gostava disso. Se sentia melhor quando escrevia e demonstrava, de algum modo, a rotina que preenchia seus dias de instantes comuns. Pensava no mistério, no que lhe era prometido por Deus. Nas palavras não via fim, mas quando percebeu que já era hora, foi colocando vírgulas, diminuindo rítmo e demarcando a história com um legítimo ponto final.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Em que acreditar

Simplesmente me apaixonei pelas belas palavras abaixo. Sobre as verdades que ainda busco encontrar percebo em meio a pura poesia, os detalhes que Deus necessita de minha compreensão divina. Estranho aceitar o conflito repentinamente proposto pelo coração e pela mente já cansados de tudo. Quando já desistia de acreditar, ainda vejo uma luz ao fim dos sonhos esquecidos.
...

"É estranho e difícil te dizer que está tudo bem
Se há alguma coisa então venha entender
O quanto só você pode dar um simples passo de cada vez!
O sol da meia-noite aqui existe
Você pense, pare e veja que o amor resiste.
Olhe, prova, sente, toca

É Deus que te faz entender toda poesia
Que torna mais valiosa a vida e prova
que ainda dá pra ser feliz.
Apenas atenda quem chama!


E perceba que só Ele pode compreender o seu interior,
E as suas dores afastar, o seu sonho realizar,
a sua vida transformar.
Basta que você entenda.

Que é Deus que te faz entender toda poesia
E torna mais valiosa a vida e prova que ainda dá pra ser feliz
Apenas atenda quem chama.
E peça que nessa noite Ele te toque,
Cure todas as suas feridas e vele o sono
E espere acordar.
Amanhã será um novo dia."


Trecho de 'O Sol Da Meia-noite' - Rosa de Saron

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ser simples

Intrigante, preciso, incerto, incoerente. Realidade desconcertante, inevitável. Difícil entender quando a cabeça e o coração expressam verdades distintas aos olhos. A falta de certeza e a confusão das idéias claras que tinha a desconcertavam por inteira.

Das palpitações, sorrisos e lembranças de tudo que analisara com seu olhar de mistério puro, possuia lembranças que a faziam refletir sobre o que a faz bem, ou no bem que descobriu essencial. Pensamentos e emoções já não apresentavam plena distinção. Se via, mas não se descobria.

Procurava não pensar e sem perceber já se via mergulhada na incerteza que a consumia. Sobre o que não compreendia buscava explicações divinas. Entregara tudo a quem poderia responder a ela os motivos que a faziam sorrir diante da simplicidade que se via.

Aos olhos nada e tudo, somente o essencial. Pelo simples e pelo belo continuava por optar pelo que de fato fosse verdadeiro e a fizesse repousar tranquila. E permaneceu no mistério de seus dias, que a faziam bem e preferia que não houvesse fim.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

'Para todo o mal, a cura'

A vida nunca esteve tão corrida quanto o que vivera nas últimas semanas. A casa nunca permanecera tão cheia nos finais de semana que a fazem sorrir. Sobre as alegrias que não passam, ela as tinha vivido, e no coração já palpitava a intensidade de novas emoções.

Com carinho se lembra do dia em que abriu um sorriso largo depois de toda a tristeza que passou por seu caminho. Sem entender muito bem, pôde comprovar que estava melhor. Tão bom o sentimento de estar feliz sem motivo, de sem querer se pegar sorrindo, quando o por quê ainda não descobriu.

Sentiu o amadurecimento de tudo que viveu na prática de seus dias, que por alguns instantes, deixaram de ser corriqueiros e medíocres. Podia sorrir e receber sorrisos gratuitos e não se preocupar com as dores do coração cansado e persistente. Recebera com amor a missão mais uma vez, e se entregara para o que seu Bem verdadeiro reservou para aquela pobre mortal. Ela já estava nas mãos D' Ele.

Descobriu que viver vale muito à pena e que de fato, tudo passa e permanece por passar. Anciosa ainda espera passar por tudo, por completo. No lugar onde as dores deram lugar aos sorrisos, ela escondeu a pressa. Antes de tudo necessitava esperar por o que ainda possuia de bom para viver.

A certeza do amor não lhe faz falta quando descobriu que a metade não completa nada. Que o que realmente vale estará com ela, quando mais precisar e assim necessitar permanecer. Quando os sorrisos estiverem por acabar ela retornará e saberá como respirar, tranquila.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Resumindo..

Como todas as manhãs acordei com a vontade de ter dormido mais. Fui para o banho e em seguida, ao pãozinho com café de sempre. Na cozinha, o curioso. Minha mãe surpreendeu a todos com o rádio ligado. Mas logo de manhã? - pensei. Em minutos fui entender que Deus não tem hora, nem lugar para tocar nosso coração e nos fazer seres melhores.
A música resumia o que se passava no coração já cansado das dores que me cercam. Na melodia e na voz calma que se ouvia, Deus gritava ordens mansas para o consolo que eu precisava. A letra decidi postar e compartilhar o que Ele quer de mim daqui para frente, em resumo.

**

"Deixa partir
O que não te pertence mais
Deixa seguir o que não poderá voltar
Abra a porta do quarto e a janela
Que o possível da vida te espera
Vem depressa que a vida precisa continuar
O que foi já não serve é passado
E o futuro ainda está do outro lado
E o presente é o presente que o tempo quer te entregar

Fala pra mim
Se achares que posso ouvir
Chora ao teu Deus se não podes compreender
Rasga este véu do calvário que te envolveu
Tão sublime segredo se esconde
Nesta dor que escurece o horizonte
Que por hora impedem os teus olhos de contemplarem
O eterno presente do tempo
O ausente o presente em segredo
Na sagrada saudade que deixa continuar

Não queiras ter o que ainda não pode ser
É possível crescer nesta hora
Mesmo quando o que amamos foi embora
Com o tempo esta dor se aquieta
Se transforma em silencio que espera
Pelos braços da vida um dia reencontrar".

Trecho de Perdas necessárias - Padre Fábio de Melo

terça-feira, 13 de outubro de 2009

E prosseguir em Te conhecer

Só então entendi o que Deus tem pra mim. Neste tempo que me coloquei à serviço Dele nas Aldeias de Vida, eu não esperava que iria me apaixonar de tal modo que não pudesse mais seguir em frente sem fazer parte deste mundo.
Há 13 meses permaneço ao lado da família que Deus me permitiu escolher. Os tesouros que conquistei e que me têm dado força para nunca desistir do amor que brota em mim e que pode ser usado para o bem, para o próximo. Só aqui descobri que o caminho que me faz prosseguir é duro e difícil de ser trilhado. Nos Pequenos Gestos tudo começou com a alegria necessária para que o amor nascesse em meio ao meu coração ainda tímido e inseguro. Os amigos verdadeiros, as lições de vida, testemunhos, encenações, acolhidas, partilhas, as músicas que tocam o coração e a alma. Aí decidi prosseguir.
Sobre esta família, que como qualquer outra possui inúmeros defeitos e imperfeições que fazem o coração de Deus sangrar, o amor e a necessidade de estar perto se fazem maiores. Definição que pude constatar após enfrentar as nuvens escuras que resolveram pairar sobre a minha vida, mas que têm me ensinado a crescer. Neste tempo Jesus me mostrou várias coisas a serem corrigidas, me ajuda a caminhar e nos momentos de fraqueza, me carrega em seus braços.
A decisão de prosseguir me fez descobrir meu valor, minha capacidade de amadurecer na fé e nas escolhas de tudo que é essencial e o que é apêgo, passageiro. Descobri a importância de um abraço, de ouvir alguém, de estar do lado, de simplesmente presentiar uma pessoa com um olhar de amor. Características que me mantém de pé, ainda que o coração esteja despedaçado e fraco, experiências que me fazem ser melhor a cada dia. Aqui permaneço por opção, amor e vocação.
Preciosos são os momentos que aqui vivi e que Deus me permitir ainda viver. Enquanto eu respirar o ar da Paz verdadeira, sem medidas, continuarei por amar e viver para o que de fato vale à pena.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Questão

"Por que que existem as canções que ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer também já tem sempre ao teu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar? (A perguntar)"

Gospel, de Raul Seixas

Um dia um amigo me mandou este trecho da música censurada do lendário Raul Seixas. Por que a censura? Seria mais um questionamento. Infelizmente não tenho esse direito. A questão existe para que pobres mortais, como eu, aceitem e tolerem.
A história é que na época que fui apresentada a este trecho (talvez dois meses atrás), não fazia ideia que estes questionamentos pudessem estar tão presentes em minha mente quanto nos dias de hoje, em que me vejo sem resposta à muitas perguntas.
A verdade é que eu ainda não aprendi a conviver com a realidade dos últimos tempos. Por quê? Fica a dúvida.
E eu bem sei que o tempo gasto a questionar poderia ser preenchido com outras ocupações que me fariam bem, e até impulsionariam novas emoções. O fato de ser feliz me tem dado muito trabalho ultimamente. Por que?
Aceite e sobreviverás. Morrer não vou. Sofrer é enfrentar as consequências ainda que demorem a passar. Enquanto isso as inspirações virão aos poucos e os "porques" serão levados para longe, no momento em que a solidão ceder lugar a esperança e eu, enfim, não perder mais tempo a perguntar.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

À porta

Ainda em completo aprendizado vivo sem compreender os últimos acontecimentos que me levaram à uma tristeza que ainda parece não ter fim. Pior do que minhas feridas expostas, meu coração, pode se dizer assim, foi dilacerado e jogado às traças. Por instantes não senti o chão e sim a dor que nunca havia passado em minha cabeça, muitos menos ao coração. Pensei no que iria fazer, onde ir, com quem falar. Desespero puro, transparente. A porta estava aberta e marcada pelos passos recentes que acabam por sair da minha vida. Não havia o que fazer. A compreensão apenas busco na força que me vem de Deus, e só. A aceitação é Divina e necessária, conforto para o coração despedaçado que existe nas coisas simples que, graças a Deus, arrancam os sorrisos que se tornaram escondidos em mim, como as palavras de Shakespeare. A inspiração ainda não sei quando vou tê-la novamente, só enquanto a dor passar e eu possa ver o sol com a esperança de ainda ser feliz.
**

O Menestrel

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar."
William Shakespeare

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Se permitir

Naquele dia o telefone não tocou. Do silêncio que ecoava da alma podiam se ouvir as batidas do coração cansado, ansioso por esperar. A resposta veio por outro som.

A partir daí o sorriso guardado deu lugar às lágrimas, que por alguns instantes, tocaram o chão da Capela. A esperança se desfez por completo ao ser preenchida pela certeza que se temia. Por um segundo ouviu-se Não mais uma vez.

A sensação era amarga, cruel, destruidora dos sonhos almejados, dos planos já feitos e das vidas que poderiam ser salvas por meio daquela nova chance. As feridas estavam abertas mais uma vez.

As mãos já não mais se viam trêmulas, estavam imóveis e podiam enfim respirar. Na pele o ar impuro trazia a falta da esperança, que manteve o coração frio. No pensamento idéias de fracasso vieram à tona, como um martírio para a mente que as queria esquecer.

Pensava no que ficou, no que por algum tempo foi, e em instantes deixou de ser, e permitiu-se abandonar na tristeza consequente do momento. Esqueceu-se das Promessas, na confiança contida em um Deus capaz de tudo.

Em meio às nuvens escuras, Ele se fez presente na Paz vinda do Anjo que a proteje na Terra. Acalmando as dores, cicatrizando as feridas ele manteve-se ao lado no momento certo. A confiança trouxe a certeza de brisas de paz que ainda virão e se farão permanecer por doces momentos.

A certeza era dura, mas aceita sobre sua fé inquietante. Por dentro se permitia sonhar sem tirar os pés do chão. Agradecia às poucas pessoas com quem dividiu a certeza momentânea e decidiu esquecer. Pensava no que fosse bom para si, simplesmente por permitir a espera do momento certo, que ainda há de vir.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Se então for meu

Eu nunca acreditei em sorte. A vida e as oportunidades que me eram confiadas foram sempre vindas de Deus e de Seus designos pra mim. Do momento em que me vi a esperar por Suas obras, por vezes não ocultei minha insatisfação. As demoras que me corroem a alma, entristecem, desesperam.

Este histórico de espera amarga é resultado das muitas derrotas que tive na vida, onde nada foi fácil. Muitas vezes tive meus pontos fracos expostos como feridas não cicatrizadas. A partir daí o medo, as pernas trêmulas, as mãos frias e o coração saltitante passaram a fazer parte de mim sempre quando estou prestes a receber a resposta de algo importante.

E o telefone que não toca? Percebi que a cada três minutos permanecia por quase 40 segundos imóvel a olhar para o celular. Nessa altura do campeonato os dedos ardiam do "estalar" estridente e as unhas já não mais existiam, pois tinham sido devoradas pela ansiedade do momento. A espera me consumia, me consome.

Aos poucos a fraqueza em esperar extinguiram minha confiança. Às vezes me via sozinha, cansada, despreparada para receber um "Não" consequente da vida. Só então percebo a riqueza de confiar nas promessas de Deus pra mim, pois Sua vontade é maior do que eu possa querer. A virtude de esperar pelo que for meu me fortalece frente às tristezas da vida. Se hoje sou fraca é aí que sou forte, e Deus então decidirá o que tiver que ser meu.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Recomeço

O primeiro passo. Difícil enfrentar quando tudo recomeça. Viver plenamente tudo outra vez, provar do que não foi tão bom novamente. O recomeço é uma experiência repleta de sentidos e significados. Para mim ele inicia sempre com muito ar de desanimo, infelizmente. Não sei porquê sou assim. Em mim, queria recomeçar por isso.

Minha personalidade e aparência tranquila me auxiliam a aumentar minha dosagem de conformismo rápido com o que vivo, deixando o recomeço ainda mais penoso do que parece ser. Nem todas as formas de recomeçar algo devem ser tão doloridas como passam em minha mente. O que me dói é a mudança.

Sobre a não iniciativa de mudar e a devida vontade para cumprir tal tarefa, vivo em conflito com os recomeços que me rodeiam. Para mim tudo poderia ser mais simples e aí estaria satisfeita, talvez. Enquanto isso levo com certo despreso a maneira de recomeçar as coisas. Por que não pode ser mais simples? Ainda me pergunto.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Frutos verdadeiros

O breve texto abaixo foi extraído de um portal católico, que tomei conhecimento ao receber por e-mail de um amigo. Achei linda a mensagem, principalmente o trecho abaixo, o qual divido com todos os amigos frequentadores deste blog, e a uma pessoa em especial.

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"A amizade pode ser comparada a uma grande árvore, fixada em um solo fértil, cheio de amor, carinho, compreensão, fraternidade, respeito e verdade. Por que uma árvore? Simplesmente porque ela pode ser comparada a uma grande semeadora de vidas, principalmente, pelo fato de estar fixa, imóvel. A vida nos reserva vários caminhos, os quais podem ser marcados por várias árvores (amigos), nas quais podemos encontrar uma palavra de carinho, o conforto e, às vezes, até mesmo o silêncio. Seus ramos lembram os vários caminhos que a vida oferece, caminhos esses que se entrelaçam com outros criando um gigantesco pomar. Amigos são frutos verdadeiros que mesmo depois de colhidos precisam ser preservados para que suas sementes gerem outras árvores que um dia farão parte desta teia de ramos. Ter um amigo verdadeiro é ter a certeza de que temos um local para retornar e começar a caminhar novamente."

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Fã número 1

"Goooool!!!" Ouvi do banheiro o grito estridente de meu pai. Era noite de quarta-feira, e claro, ele estava assistindo ao rotineiro jogo de futebol, mais precisamente a 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, Internacional e São Paulo no estádio do Beira Rio. Somente um porém separava o jogo na TV e o grito de meu pai. Ele comemorava o gol do Santos, no combate entre Santos e Atlético - PR aos 27 minutos do segundo tempo. Ficou sabendo do gol, durante a partida que acompava, acredito eu, e explodiu de emoção.

Durante o tempo em que ele comemorava, saí do banheiro e fiquei o observando. Ele sempre vibrou, chorou, sofreu, chingou, esbravejou e sorriu diante das longas partidas de futebol que acompanhou durante seus quase 57 anos de vida. Lembrei-me de minha infância, em que eu sentava para assistir aos jogos com ele. No início, a paixão da adolescência não era entender os esquemas táticos, ou a marcação do árbitro, mas ver meus jogadores preferidos entrando em campo. A paixão pelo futebol veio depois.

Quando os jogadores que me encantavam seguiram suas vidas europa à fora, segui meu caminho ao lado do meu pai. Acompanhava aos jogos de quarta-feira sempre ao lado dele, e por uma coincidência do destino, ele me incentivou a me apaixonar pelo glorioso alvinegro praiano, Santos Futebol Clube. Tornei-me fã de cada jogada, cada lance, cada jogo comentado, de forma ímpar, pelo meu pai. Ele tinha uma paixão muito grande por aquele time, que eu compreendi sofrendo ao lado dele por cada gol, ou título perdido. Eu realmente gostava daquilo, e via que ele também sorria quando sentia a paixão brotando em mim.

Minha admiração cresceu ainda mais, quando ao lado dele, acompanhei, à risca, duas copas do mundo, de 2002 e 2006. Eram camisetas, tabelas, bandeiras, asfalto colorido de verde e amarelo, e a maior expectativa do mundo em dia de jogo do Brasil. Me lembro do meu pai me acordando de madrugada para não perder o jogo do Brasil, na Copa do Japão. Eu adorava. Ia com cobertor e travesseiro para a sala, muitas vezes acabava dormindo, e no fim meu pai me levava pra cama, para eu me perder no meu sono outra vez.

As lembranças do meu pai foram muitas, as melhores. Ele sempre foi um homem muito ocupado. Sempre trabalhou longe, acordou cedo, dormiu tarde. Seu exemplo de quietude sempre me chamou atenção. Fico orgulhosa quando as pessoas dizem que pareço com ele. Diante de todos os ensinamentos futebolísticos que me passou, o que aprendi foi com o tempo. O tempo que passávamos juntos, foi precioso pra mim. Depois do grito de Gol exclamado por ele, a memória resgatou esses momentos doces em que eram só ele e eu. Sobre todas as formas de amor paterno, percebi que maior que todas as admirações que tinha pelo que ele me ensinava, a dedicação maior era pra ele, por tudo que representava pra mim e representa. Por ter sido pai em todos os momentos, sou fã e sempre vou me lembrar do que me ensinou com o maior carinho que possa existir.


"Existe algo ilimitado no amor de um pai, algo que não pode falhar, algo no qual acreditar, mesmo que seja contra o mundo inteiro. Nos dias da nossa infância, gostamos de pensar que nosso pai tudo pode; mais tarde, acreditaremos que seu amor pode compreender tudo."

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Das certezas que tive

Sobre o cansaço natural de um dia de trabalho, paro para ler bons textos em blogs amigos. A distração momentânea não apaga o sono e nem ao menos permite que o desejo de abandonar tudo se mantenha à quilômetros de distância. Depois de segundos de paz na quietude do dia, as incertezas retomam seu trabalho árduo em destruir minha tranquilidade.

A partir dai sou fraca novamente. Toda a calma adquirida com meu total esforço desaparece como o vento. Vejo-me fraca, sozinha. Sentimento ruim ao coração e penoso à mente. Ultimamente as incertezas estão constantemente presentes no meu dia-a-dia. Reflito e lembro-me das minhas dores de criança, do tempo em que a única preocupação era com a prova de matemática, o quarto que não arrumei e os gritos da minha mãe.

Tudo o que sei de minhas certezas não é capaz de resolvê-las. O trabalho, os meses que ficam pra trás como as horas do dia, os estudos. A sensação de que tudo passa, às vezes me assusta, como a falta de certezas que tenho e as que sempre tive.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Entre as flores

Das muitas flores que encontrei em meu jardim de amizades, ontem me encantei com uma em especial. Delicada, aqueceu meu coração ainda mais com seu gesto simples. Fiquei surpresa. Era a primeira vez que eu ganhara um presente no Dia do Amigo. Não sabia como agradecer tamanha demonstração de afeto, apenas agradeci.

O gesto simples me fez voltar a ser criança e pensar no quão precioso é o carinho de um amigo. Entre as flores, ela fez-se notar sem estar, apenas por ser. Seu amor sincero e único brotou em meu coração desde os tempos em que juntas nos víamos nos primeiros abraços e apertos de mão. A amizade veio a nós como o conforto que precisávamos.

Aproveitei do momento "amizade" que vivi ontem, e refleti sobre os valores que agreguei durante a vida. Experiências recentes me levaram a vazios que não esperava sentir, mas foram consequências doloridas de meu humano. Aprendi com meu possível erro, e da forma mais cruel ao meu coração, acho que perdi uma grande amizade.

À mais nova flor de meu jardim, dedico toda minha profunda gratidão e carinho. Pelos sonhos que buscamos juntas, ideais da profissão, família, Amor. Humm, ao amor dedico minhas preces. Para a linda flor que Deus colocou em meu caminho, agradeço pela fidelidade, pelo Pequeno Gesto de ontem que me encantou e fez-me melhor. Obrigada!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A hora certa

Cresci ouvindo a mesma idéia da menina compreensiva que era. Aquela que podia aceitar tudo quanto fosse e acreditar no momento exato do bem, ou do mal, em sua vida. Na realidade, nunca entendi qual seria a hora certa. Nunca quis esperá-la, compreendê-la, aceitá-la. Buscava apenas uma aceitação pacífica para o que me era proposto.

Vieram momentos, pessoas, situações, histórias. Tudo em sua hora? Vai saber. A hora certa às vezes me encomoda. É uma censura para as palavras prontas e mentes fervilhando de idéias consequentes de algum instante. E no fim, o que era para ser dito, acaba no simples esquecimento, e a vida segue morna, corriqueira.

Minha vida foi assim. Vivi de aceitações constantes o tempo todo. Quando pensava em questionar, lembrava-me da hora, do momento que não se fazia oportuno para aquele tipo de expressão. Tudo precisava ser censurado, comedido e parecer estar bem quisto. O interior esbravejava verdades sempre contidas, na maioria das vezes nunca ditas, esquecidas com o passar do tempo na memória que aguardou o tempo certo.

Durante muito tempo, observei pessoas próximas que não queriam agir assim. Lutavam por seus ideais como verdadeiros guerreiros. A realidade é que nada alcançavam, porque não sabiam esperar. Esperar para dizer a coisa certa, estar atento ao coração mais do que à razão. Com o tempo compreendi o gesto.
O amadurecimento trouxe-me respostas, não soluções. Aprendi a importância da hora certa em minha realidade. O ato de entendê-la vai muito além de praticá-la, como a fé. Hoje tenho mais fé, mais compreensão. Entendo que é necessário, mas ainda protesto em certas ocasiões em que mais uma vez sou surpreendida por meu silêncio. Volto a ser a menina de antes e exercer a grandeza de esperar para que tudo aconteça na hora certa.

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"Só entende o valor do silêncio, quem tem necessidade de calar para não ferir alguém"

terça-feira, 9 de junho de 2009

Aula de Português

Por meio de uma longa conversa com minha professora de Português, Neide Arruda, confirmei minha paixão por crônicas. Foi ela que me apresentou o grande Luis Fernando Veríssimo, Fernando Sabino, entre tantos outros. Me emprestou um livro muito bom pra quem é interessado no ramo, "Crônica: a arte do útil e do fútil" de Wellington Pereira. Depois de umas duas semana, não me recordo exatamente, estava ela aplicando uma prova e eis que o tema era: uma crônica sobre sua rotina envolvendo o Jornalismo. Não sei se foi coincidência, ou a Neide estava me ajudando a produzir mais. Não sei. Uma semana depois recebi a prova e alguns elogios que me renderam muito e nada. Vi que sou capaz, mas nada posso dizer a meu respeito, pois escrever bem, segundo o grande Ricardo Noblat em "A arte de fazer um jornal diário"(particularmente uma leitura ótima que merece um post aqui em breve), não é mérito para nenhum jornalista, pois este deve saber fazê-lo. Voltando à crônica, posto neste espaço o texto que fiz.
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Uma vida agitada: 24 horas de jornalismo


Sempre refleti sobre como descrever meus dias. Guardar no papel ideias que passam sobre esta mente sempre e nunca ocupada.

Durante muito tempo pensei no que iria ser quando crescesse. Já pensei em medicina, psicologia, administração, magistério e química. Entre meus pensamentos nunca passou por minha cabeça a agitação que viria com a vida acadêmica. Acordar, trabalhar em dois lugares, ir para a faculdade, fazer trabalho voluntário no final de semana, e tudo está apenas começando.

O fato é que escolhi uma profissão polêmica. Digamos que a discussão em torno dela parta de vários âmbitos, desde o princípio em que trabalho, trabalho, durante a semana, trabalho mais um pouco nos finais de semana e mais um pouco nos feriados. Parece até injusto, se não fosse o que amo fazer. Escolhi ser jornalista por aptidão, acredito eu. Para mim, é como se funcionasse como um relacionamento amoroso, onde conheci, me apaixonei, entrei para a faculdade e iniciei um namoro. Daqui a dois anos e meio vou estabelecer o vínculo definitivo, como em um casamento.

Às vezes me pego pensando em como seria diferente se tivesse insistido em fazer medicina. Talvez ainda estivesse no cursinho preparatório, estudando para passar em alguma faculdade que tivesse o curso. Meu Deus, só de pensar me dá arrepios.

Analisando tudo ao pé da letra, descrever meus dias é fácil, o difícil é vivenciar as 24 horas compostas por textos, aulas, apurações, dead line e muitas pedaladas de bicicleta para cumprir minha rotina. Por isso classifico minha mente como sempre e nunca ocupada. A ocupação que me é necessária agora e os motivos que me fazem continuar, me estimulam a insistir em descrever meus dias.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Por Arnaldo Jabor

SEJA UM IDIOTA

A idiotice é vital para a felicidade.

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?

Hahahahahahahahaha!...

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?

Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.

Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva.

Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.

Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.

Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são:
Passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!

Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore,dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!

Arnaldo Jabor

Às vezes todo mundo devia levar isso a sério...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Por Luis Fernando Veríssimo...

Para demonstrar a incapacidade humana, faço questão de postar um texto de quem tem muito a me inspirar. Grande poeta, JORNALISTA, pensador, literato, exemplo. Luis Fernando Veríssimo.

"E tudo mudou...

O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.

A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...

Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis

O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis,
Todos anjos Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças".

Luis Fernando Veríssimo

terça-feira, 31 de março de 2009

Subjetividade

Certas palavras podem dizer muitas coisas; Certos olhares podem valer mais do que mil palavras; Certos momentos nos fazem esquecer que existe um mundo lá fora; Certos gestos,parecem sinais guiando-nos pelo caminho; Certos toques parecem estremecer todo nosso coração; Certos detalhes nos dão certeza de que existem pessoas especiais.


**
Depois de certo tempo sem postar neste espaço virtual, retomo com as sábias palavras de Vinícius de Moraes. Dizeres que encontrei por mais uma "andança" pela internet à procura de suas crônicas.

Tão mais sábios quanto os pensamentos de Vinicius são seus sentimentos, suas paixões. Acredito que o mundo deva ser movido assim, de certezas momentâneas proporcionadas pelo saber inconsequente do "não querer mais que um bem querer". O amor que move o homem, os crentres e os mais descrentes.

A beleza de certos gestos e ações torna os seres melhores, uns com os outros e consigo mesmo. Hoje me orgulho de perceber o belo deste modo, por meio da subjetividade que me encaminha para o melhor de mim. Certos detalhes que fazem a diferença.

A subjetividade que pode estar expressa no sorriso mais vivo e no olhar mais intrigante. Quantas teorias a respeito, e só o que se sabe é o do ser subjetivo, aquele que não se vê. Tudo expresso apenas de uma vez, como a verdadeira paz que cada um encontra. Certas palavras, olhares, momentos, gestos, toques, detalhes...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Amizade em detalhes

"Gosto dessa identificação que nos une em meros detalhes".


Minha imaginação viaja nesse universo, do qual já faço parte. Os detalhes que nos unem. Identificações propostas a cerca de convivências diárias. Uma amizade que surgiu de muitos conflitos, do coração e da mente e se fortaleceu ao longo do tempo. Hoje temos planos, conversas, segredos, confidências, confiança, muita confiança. Inexplicável.

Durante este tempo, aprendi a valorizar mais as pequenas coisas. E como entender os "Meros Detalhes"? Não há fórmulas. São detalhes que superam as diferenças. Como aceitar tanta "agitação"? Características de sua personalidade forte. Caráter admirável e sinceridade na ponta da língua. Como não te entender?

A convivência fez-nos cúmplices de idéias únicas, nossas, verdadeiras. Compartilhamos de conquistas e posso dizer que sou melhor do seu lado. Realidade definida por simples acontecimentos, como tomar água juntos todos os dias ao chegar no trabalho, escrever textos, criar um blog, visitas na sala de aula, ligações durante a tarde, ou ficar apenas por ouvir suas histórias de fins de semana, vividas sempre com muita intensidade. Meras diferenças.

Amantes de um bom texto, de muita música, clipes, aldeia, comunicação, de colocar as idéias no papel, dissertar sobre a vida, cultivar as amizades, rir de tudo, compartilhar pensamentos, competir no trabalho, sermos bons juntos, completando um ao outro. Alguns dos detalhes que fortalecem essa amizade, identificações que nos unem.

Uma pessoa sonhadora, de fé. O companheiro de trabalho ideal, o amigo fiel, alguém que faz parte da minha vida. Um ser humano incrível. O que falar de suas qualidades? Sou fã, amiga apaixonada pelo que és. Deixo claro que essas palavras são apenas um esboço de todo amor e admiração que tenho por essa pessoa mais do que especial. Por tudo o que já representa pra mim e pelo muito que Te Amo.

Ao meu amigo, com todo o meu amor, sempre.

"Amizade é algo inexplicável, ter um amigo é demonstrar que somos capazes de sentir várias formas de amar...Poder sentir a alegria de outra pessoa, Sentir sua dor, Seu carinho. Amigos presentes de Deus!!!" [Aline Reges]

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Interior

Reflexão vista sem querer, mas que retrata tudo o que sou, ou melhor a maneira como acordei nesta manhã cinza de sexta-feira 13. Não estou bem, por dentro.

**

Se eu me confirmar e me considerar verdadeira, estarei perdida porque não saberei onde engastar meu novo modo de ser.Se eu for adiante nas minhas visões fragmentárias, o mundo inteiro terá que se transformar para eu caber nele.Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não é mais.Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi.


E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar.A ausência inútil da terceira as vezes me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar.Fiquei desorganizada porque perdi o que não precisava? A minha nova covardia é a minha maior aventura e essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la.É como acordar de manhã na casa de um estrangeiro. não sei se simplesmente saberei ir.É difícil perder-se.


Por isso procurei depressa um modo de me achar sem que eu seja uma mentira viva.Estarei mais livre.Não. Sei que ainda não estou me sentindo livremente. Assustei-me porque não sabia onde ia dar essa estrada, nem para o quê.Ontem perdi durante horas e horas a minha montagem humana.Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida.

Clarice Lispector

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Desafio

Eu hoje reservo um espaço para aquele que considero um de meus grandes mestres na terra: Padre Fábio de Melo. Ao chegar em meu trabalho na tarde de hoje, deparei-me com este lindo texto salvo na área de trabalho de um dos computadores que uso. Foram para mim, palavras de total conforto para um coração, confesso, um pouco amargurado como estava o meu. Acredito serem os "artifícios" que Deus me mostra para deixar de lado tudo o que me incomoda e tem me tirado a Paz nestes últimos dias. A Paz que nos torna heróis de nós mesmos, de nossa capacidade de cada dia sermos melhores. Eis o desafio da vida.
***
Artifícios

O ressonar sereno da palavra que repousa é a afirmação precisa de que a vida segue viva.Afoita, calada, pronta, inacabada,não se permite amordaçarpela ameaça do tempo.Passa, deixa, leva, traz. Não importa!Viver é conjugar o possível verbo,que se insinua sem docilidadee se apodera da contingência existencial do infante poeta.Dores e ausências são matérias cotidianas.Alegria, por vezes.Se vier mais freqüente, a poesia se vai...Melhor que se esconda por perto,caso seja solicitada,para que esteja à mão, sem estar.Ela substitui a palavra, amordaça o verbo,
desaponta a caneta, tempera o poeta.A sobriedade é raiz fecunda,projeto válido para quem deseja o fundo e não se contenta com a primeira fala.A força contrária desenvolve heróis...A força da fala revigora o gesto.Palavras são artifícios da alma.Diz quem quer... fala quem pode.

Pe. Fábio de MeloDo livro "Tempo: Saudades e Esquecimentos"

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Simplicidade

"Viver é ter a chance de acreditar que,
a cada dia podemos
fazer mais que imaginávamos.
É acalentar sonhos e esperanças,
fazendo da fé, a nossa
Inspiração maior.
É buscar nas pequenas coisas,
um grande motivo pra ser feliz!"


**

Outro dia recebi por scrap um poema com as palavras acima. Ao ler rapidamente não parei para dissertar sobre a verdade encontrada nos simples dizereres. A fé é minha inspiração maior! Viver a beleza das pequenas coisas é desfrutar do melhor da vida em sua essência. Os sonhos e esperanças são razão para continuar vivendo, motivos ímpares para ser feliz. Aprendi a valorizar com mais intensidade pessoas, momentos e as coisas simples da vida. Por isso não vou escrever mais nada. Quero aqui registrar a certeza daquilo que é pequeno e simples aos olhos, mais que contenha um significado imenso no coração.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Um bem necessário

"Quanta mudança alcança meu ser, quando te encontro, Me seguro, me asseguro para não deixar que o resto se destrua o que você Dentro de mim se fez. Se desfaz em paciência, minha flor, minha aurora, meu ser que se transforma, Pode ser assim, mas daqui a pouco não!!!

Alguma coisa acontece quando vejo você, quando passa por mim, quando te ouço, quando canta e me encanta. Escrever um texto, procurar um pretexto para então te encontrar nas entrelinhas me deixar levar. Vou criar asas pra eu me libertar de tudo o que me incomoda! Não ter pressa, não me apertar, quando estou contigo não vejo os milésimos passar.

Tenho medo de ficar sem amor, mas só enquanto houver você do outro lado, vou soltar a prosa o verbo para explanar o que sinto, de poesia me encher e sair voando para onde quer que for. Para te encontrar, a porta aberta a poesia um alerta. Enquanto houver quem encha esse peito vazio de poesia, então viverei e em toda a oportunidade sobreviverei". [Franciele Ramires]


***

Ainda não aprendi a me desprender de você nem em meus pensamentos. Como presente de Deus você apareceu em minha vida, mais doce que qualquer forma positiva de amar. Seu olhar, seus gestos, rosto e gosto, me encaminham na direção em que eu preciso ir. Desejo estar com você até nos momentos em que a necessidade ainda não se fez. Você me ensina todos os dias como é sentir falta. A falta instantânea de algumas horas sem te ver já são suficientes para eu precisar de você. Seu jeito certo e, por vezes sem jeito, me inspira a ser melhor, a fazer o bem e ter vontade de sorrir. Sua capacidade de amar me transporta pra cada vez mais perto de você, o bem que se fez real em minha vida. Sua presença me encaminha para o melhor de mim, e isto é o amor. Ainda não aprendi a me desprender de você. Necessito de um não sei o quê, que nos trás um para perto do outro. Porque ao seu lado sou eu mesma, por inteiro. Sem rimas ou gestos falhos ou falsos. Combinamos na essência de ser. Estamos vivos em um amor maior que as poesias de Fernando Pessoa, ou de nossa capacidade de compreender aquilo que é óbvio apenas ao nosso coração. Enquanto eu respirar, desejo continuar vivendo assim, estampando no rosto a felicidade por nós vivida, e então estarei feliz.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Aos amigos

"Cada vez que surgem os problemas
Você vem com mil dilemas
Cada vez que estou sozinho
você me mostra o caminho
Você não conversa, compartilha segredos
Você não vem e vai
Esta a todo momento
E quando estou ali no chão
Você estende a tua mão
Pra me ajudar,Pra me levantar
Está sempre comigo Você é o meu Amigo
Ame o teu Amigo a todo tempo
Cuide bem, Zele por Ele
E quando estas na solidão
Nasce um amigo mais chegado que um Irmão..."


***

Acho que eu não seria nada sem meus amigos, especialmente sem um anjo enviado por Deus a quem chamamos Pablo. Por meio dele faço homenagem aos muitos amigos que possuo e que enchem minha vida de esperança, conforto e luz.

Ontem mesmo, por um acaso, encontrei-me com duas amigas do tempo de criança e, como dizem, colocamos a conversa em dia. Foi ótimo! Minha mente parece que se aproximou ao passado e me fez relembrar histórias antes esquecidas na memória. Um beijo especial àquelas que fizeram minha segunda-feira mais feliz com sua amizade, Lê e Soraia.

Obrigada meu Deus por meus amigos, por ter amigos, pelo dom da amizade. Aos meus amigos, o melhor!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Vida nova

2009!! E tudo ainda tem cheiro de novidade e prematuro. Mentes ainda adormecidas se preparam para despertar de um ano "velho" e mergulhar de vez na imensa página em branco que nos é dada por Deus, chamada 2009.

Mais do que comemorar outro aniversário ou cumprir mais uma etapa da faculdade, viver em novo ano é uma nova chance de melhorar o que parecia que deu errado, concertar as falhas das ações, e, talvez, voltar atrás em uma palavra causa de arrependimento. Deus nos deu outra chance!

Particularmente, estreei 2009 com o pé direito, como dizem. De bem com meu mundo, minha vida e meu coração, lanço amor em forma de verso e faço preces de agradecimento a Deus por mais um ano. Mais uma chance, oportunidade de fazer diferente.

Como diria Lenine: "A vida é tão rara" e para concluir, ainda temos tempo para não perder, contrariando Cazuza, viver não dói. Boas vindas ao novo ano.