sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Desafio

Eu hoje reservo um espaço para aquele que considero um de meus grandes mestres na terra: Padre Fábio de Melo. Ao chegar em meu trabalho na tarde de hoje, deparei-me com este lindo texto salvo na área de trabalho de um dos computadores que uso. Foram para mim, palavras de total conforto para um coração, confesso, um pouco amargurado como estava o meu. Acredito serem os "artifícios" que Deus me mostra para deixar de lado tudo o que me incomoda e tem me tirado a Paz nestes últimos dias. A Paz que nos torna heróis de nós mesmos, de nossa capacidade de cada dia sermos melhores. Eis o desafio da vida.
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Artifícios

O ressonar sereno da palavra que repousa é a afirmação precisa de que a vida segue viva.Afoita, calada, pronta, inacabada,não se permite amordaçarpela ameaça do tempo.Passa, deixa, leva, traz. Não importa!Viver é conjugar o possível verbo,que se insinua sem docilidadee se apodera da contingência existencial do infante poeta.Dores e ausências são matérias cotidianas.Alegria, por vezes.Se vier mais freqüente, a poesia se vai...Melhor que se esconda por perto,caso seja solicitada,para que esteja à mão, sem estar.Ela substitui a palavra, amordaça o verbo,
desaponta a caneta, tempera o poeta.A sobriedade é raiz fecunda,projeto válido para quem deseja o fundo e não se contenta com a primeira fala.A força contrária desenvolve heróis...A força da fala revigora o gesto.Palavras são artifícios da alma.Diz quem quer... fala quem pode.

Pe. Fábio de MeloDo livro "Tempo: Saudades e Esquecimentos"

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